quarta-feira, 10 de agosto de 2011

01 saudade: Culture Club e seu travestismo na música pop dos anos 80

Na estréia da seção 01 saudade aqui no blog, eu vou falar um pouco da Culture Club e seu travestismo na música pop dos anos 80. Dois assuntos que são como cu e calça, KY e edy: um pertinho do outro.


Existem algumas bandas ou cantores que foram marcados no fim dos anos 70 e início dos 80 pelo travestismo visual; ou seja: aqueles cantores que se travestiam visualmente, que não pareciam ser nem de um sexo e nem de outro, mas de ambos. O visual adotado por essas bandas/cantores era uma maneira de chocar, causar curiosidade, polêmica e, principalmente, se expressar artisticamente. Eles não buscavam a arte apenas na música, mas a buscavam em todos os meios que lhe era possível, incluindo composição da letra da música, a sonoridade dela, as suas roupas ou fantasias e a performance. Tudo isso passava uma imagem de confronto, pois algumas pessoas se sentiam ofendidas com o "atrevimento" deles, e "liberdade".

Muitos jovens se sentiram inspirados por eles, principalmente os gays e as mulheres, que viam nessas pessoas um caminho diferente a seguir da repressão: enxergavam coragem e beleza. Não estou querendo falar da influência dessa música dos anos 80 nos movimentos sociais, não: estou apenas citando. O espaço para os gays e mulheres estava sendo construído com mais gás, se compararmos com épocas anteriores aos anos 80, e isso é importante se analisar se formos pensar no travestimos na música pop.

Quando Culture Clube apareceu na cena musical norte-americana, fazendo um som diferente do que era conhecido comercialmente, foi um bafo! Eles foram chamados de new romantics, misturavam o new wave british, o soul norte-americano e o reggae jamaicano com um pouco de calypso, salsa e música country. O som deles era uma mistura tão grande de gêneros que atraía ouvidos de todos os tipos. Além do mais, tinha um diferencial nesse novo grupo que começava a brilhar no início dos anos 80: o vocalista do grupo, Boy George, tinha uma aparência andrógina. Quem olhasse o rapaz de 20 anos, se sentia confuso com aquela maquiagem toda, com o jeito de mulher num corpo de homem.


Isso era bafo, isso era polêmico, isso era música pop se misturando com performance. Nos clipes das músicas da banda, Boy George sempre aparece mais delicado, com olhares sedutores, olhares femininos, pois eles estão maquiados! Antes do Culture Club, pertencia a banda Bow Wow Wow, que também fazia uma mistura de sons, priorizando os sons africanos. A banda ainda existe, mas já tiveram idas e vindas desde sua origem. Vale a pena dar uma conferida caso não conheça.

Veja o clipe da música Karma Charmeleon, grande hit deles:



Quanta magia e sedução nesse clipe, não é? <3

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