domingo, 5 de fevereiro de 2012

CRÍTICA: A Better Life (2011)

Seguindo a lista de filmes que foram indicados ao oscar, eu assisti hoje A Better Life, filme do Chris Weitz que foi indicado ao oscar de melhor ator, pelo ótimo personagem do Demián Bichir.


Quando eu terminei o filme a única que eu consegui pensar foi no por que do George Clooney ser um dos favoritos ao oscar e o Demián não. Pra mim, o Demián interpretou muito melhor do que o Clooney, ele merece muito mais o oscar. O personagem dele nos passa uma sensação de tristeza tão grande que é impossível você não ficar com os olhos atentos a qualquer movimento dele. 

O filme conta a história de Carlos Galindo (Demián Bichir), um mexicano que é imigrante ilegal nos EUA. Trabalha como jardineiro, sem muito recursos e luta pra dar uma educação de qualidade ao filho, Luis (José Julián), que criou sozinho, sem a ajuda da mãe. Luis é um garoto rebelde, que assiste programas na televisão que mostram uma vida diferente da vida que ele e seu pai levam. Isso faz com que ele seja um adolescente agressivo, revoltado e sem muita intimidade com o pai. No começo eu fiquei com raiva desse garoto, mesmo. Mas no decorrer do filme, percebi que a história girava em torno dessa dupla, pai e filho, lutando pra ter uma vida com melhores condições.

Carlos trabalhava como empregado de Blasco (Joaquín Cosio), que o buscava diariamente em sua casa para irem trabalhar. No começo do filme descobrimos que Blasco está com a intenção de vender sua caminhonete e as ferramentas que utiliza no trabalho, fazendo a Carlos a proposta de compra. Mesmo estando sem dinheiro, Carlos empresta o dinheiro necessário de sua irmã, Anita (Dolores Heredia), para assim comprar a caminhonete e ser seu próprio patrão.

Quando a compra, ele vai atrás de um ajudante em uma esquina da cidade onde os imigrantes ficam em busca de um emprego. Lá escolhe Santiago (Carlos Linares) para o ajudar. Antes ele tivesse escolhido outro, pois quando surge uma oportunidade, Santiago rouba a caminhonete e as ferramentas de Carlos, o deixando sem nada. Ele corre atrás da caminhonete e no meio do caminho encontra um carro de polícia, ficando com vontade de ir lá pedir ajuda, mas por ser ilegal nos EUA, ele não faz.

A partir daí segue o drama do filme, que, sinceramente, não é tão bom. Depois de algumas reviravoltas e surpresas, Carlos acaba sendo preso e depois deportado para o México, e Luis vai entrando nos eixos da vida. O filme termina com Carlos no meio do deserto mexicano, na divisa com os EUA, retornando pra casa.

A produção do filme não é tão boa assim como de outros que estão concorrendo a mesma estatueta. O roteiro é interessante, mas fraco, simples. Não é tão bobo e fraco como o do The Descendants, mas é fraco por não criar outros rumos, outros dramas na história. O motivo que faz com que Carlos seja preso, é pouco criativo, fazendo com que o filme passe uma imagem de ingenuidade. Fala-se muito no filme sobre gangues, mostra Luis pensando se entra em uma ou não e apenas isso. O assunto das gangues não é tratado de outras formas, e olha que o filme poderia ter criado outros caminhos, enriquecendo assim a história.

Demián Bichir é a única coisa boa nesse filme, foi o único do filme a receber uma indicação ao oscar também. Ele é ótimo, sua atuação é impecável. Quando é preso, tem uma cena ótima que ele conversa com o filho, pedindo para o filho ter mais consciência da vida, se cuidar mais, pois ele terá que ir embora, voltar ao México. Ele chora muito, muito mesmo com o filho, esse ficando só com os olhos marejados. A cena é forte, é triste. É a cena mais triste do filme. E foi nessa cena que eu me apaixonei pela atuação do Demián. Se eu pudesse escolher agora o melhor ator a ganhar o oscar, escolheria ele. Mas tenho quase certeza que ele não conseguirá ganhar esse oscar, ele é a zebra dessa categoria, aquele que entrou por mostrar um bom trabalho, talento, mas que não tem força pra competir com os outros grandes indicados.


Enfim, indico esse filme pra assistirem, mas não vão com muita sede ao pote, não é um drama tão intenso assim. De 0 a 10, dou 7 e tudo isso pela atuação maravilhosa do Demián. Beijos e se ele ganhar, ficarei feliz.

2 comentários:

  1. Fica mesmo dificil ir com sede ao pote
    depois de tantos spoilers.

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  2. Eu escrevi uma resenha sobre o filme, é evidente, ao meu ver, que eu falaria de algumas coisas sobre o filme. No título eu coloquei "CRÍTICA" para que as pesquisas no google sobre as críticas desse filme trouxessem leitores para meu blog, mas o texto está com o marcador resenha também. Me desculpa se você não gostou do modo como fiz a resenha, eu esqueci de colocar um aviso em letras garrafais que o texto possuía spoilers, pensei que estaria implícito.

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