quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quando a piada vira ofensa - o caso da @cleycianne vs. @gaybrasil

Ultimamente tem havido muita discussão na internet sobre o que é ou não é humor. Com o crescimento de usuários brasileiros no twitter, começou a existir uma nova classe de "humoristas" no Brasil: os twitteiros. Uma grande parte das pessoas usam o twitter pra fazer piada, brincadeiras e ficar falando de casos do dia-a-dia com - ou uma tentativa de - humor. Mas o que tem acontecido muito também, é algumas pessoas fazerem piadas preconceituosas. Inclusive pessoas "famosas" já caíram na idiotice de expressar suas opiniões próprias (e escrotas) através de "piadas" no twitter, pensando que TODO MUNDO aceitaria como tal. E hoje pela manhã tivemos mais um caso de piada que virou ofensa.

Tudo começou quando a Cleycianne, a Diva do Senhor, escreveu na sua página os seguintes tweets:


Ou seja: ela contou um causo do dia da sua personagem e depois propôs uma brincadeira: "Como seria #UmMundoSemHomossexuais?", com a intenção de que seus seguidores mandassem tweets dizendo como seria um mundo sem homossexuais, usando a hashtag que ela criou. É assim que esses perfis de "humor" do twitter vivem: criando memes. E isso foi o suficiente pra Cleycianne se cagar.

A hashtag criada por ela fez sucesso e foi parar nos Worldwide trends. Muita gente criticava essa hashtag e muitos outros apoiavam e muito outros também brincavam junto com a Cleycianne. O que talvez ela não esperasse é que num país onde a homofobia é tão grande, uma "piada" como essa fosse usada por homofóbicos e preconceituosos para espalharem sua raiva e não apenas pra fazer "humor".

Deu-se que o twitter @gaybrasil ficou puto com essa hashtag e resolveu dizer aos seus seguidores que denunciassem a Cleycianne. Ficou discutindo com outras pessoas que estavam espalhando a hashtag e depois soltou uns tweets muito dignos pra se pensar:




Ok, quem segue a Cleycianne sabe que tudo o que ela escreve é humor, uma maneira de satirizar um tipo de evangélica. Faz piadas com famosos, com gays, lésbicas, cantoras, atores e até com os próprios evangélicos; afinal, esse twitter é uma tiração de sarro com um tipo de evangélicas, né?

Muitas pessoas falaram que é ridículo denunciarem o perfil da Cleycianne, pois era apenas uma brincadeira. Mas me digam uma coisa: o que o @gaybrasil falou não faz sentido? Vejam vocês: se a Cleycianne tivesse criado a hashtag "#UmMundoSemNegros" ainda seria considerado humor? Claro que não seria! As pessoas a chamariam de racista e provavelmente teria sido excluído o twitter dela. Agora, se a brincadeira é com os gays, é apenas ~~~~~~ HUMOR.

Vocês podem até dizer: "é apenas uma piada, relaxa" ou "calma aí, é uma piadinha de twitter, uma brincadeira". E eu realmente acho que talvez a intenção no começo tenha sido de apenas uma piada, o problema é que a brincadeira tomou proporções tão grandes, que deixou de ser brincadeira para se tornar ofensa. Se eu não fosse seguidor da Cleycianne e visse uma hashtag dessa nos TTs eu ficaria ofendido... Como sempre ouvi falar: "só é brincadeira quando dois estão brincando, quando apenas um brinca, já se torna ofensa"; e isso aconteceu com essa intenção de brincadeira da Cleycianne: se tornou ofensa.

Não acho o twitter dela homofóbico e nem que tenha sido essa a intenção da hashtag, mas a brincadeira acabou se tornando homofóbica e isso não se pode negar.

Deixo aqui pra vocês pensarem o que o @gaybrasil escreveu: "Se alguém fizesse um perfil sobre um branco que não gosta de negros, estaria preso". Beijos.

50 comentários:

  1. Mas não é um gay que tem o perfil da Cleycianne? Como acusar um gay de homofobia?

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    1. Em primeiro lugar o Tiago (que faz o twitter da Cley) é gay, então antes de sairem postando merdas na internet, procurem se informar dos fatos para não passarem por ridículos, como está sendo visto agora o dono deste blog.

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  2. O texto não acusa o perfil da @Cleycianne de homofobia, acusa a sua brincadeira de homofóbica. Leia o texto novamente e veja. E, sim, tem como ser gay e ser homofóbico ao mesmo tempo.

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    1. Eu li e entendi perfeitamente o texto. O que estou dizendo é que o Gay Brasil se empolgou jogando a culpa para a Cleycianne. Um gay faz piadas acerca do comportamento grotesco de alguns evangélicos e é culpado pela homofombia do outro? As pessoas aproveitaram a hastag para falar o que já pensavam, não foi a personagem que transformou o mundo em homofóbico do dia para a noite.

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    2. Sim, eu entendo isso. E o meu texto não diz em nenhum momento que a Cleycianne transformou o mundo em homofóbico. O meu texto apenas diz que ÀS VEZES uma intenção de BRINCADEIRA pode se tornar UMA OFENSA, que foi o que aconteceu. Pois O @gaybrasil, pegando como exemplo, e muitos outros usuários se sentiram ofendido. O que o @gaybrasil disse, sobre a diferença entre piadas racistas e homofóbicas fez sentido pra mim e por isso escrevi.
      É apenas isso que eu quis dizer e mais nada.

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    3. A comparação com piadas de negros é lamentável. Eu posso imaginar um mundo do jeito que eu quiser, sem negros, sem japoneses, sem judeus. Imaginar não demonstra preconceito contra ninguém., pelo contrário, mostra a importância desses segmentos, já que, mesmo que na brincadeira, a Cleycianne mostrou que num mundo sem gays não haveria isso ou aquilo de bom. Tem N filmes partindo dessas premissas.
      Alguém desvirtuou a hashtag e começou a falar impropérios?? Oh, denuncie esse! São muitos? Denuncie quantos der. Mas não, eles denunciaram a Cleycianne...
      Hoje estou imaginando um mundo sem gaybrasil me fazendo sentir vergonha alheia, posso?

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  3. A questão aqui é que a brincadeira se tornou homofóbica, não a Cleycianne. A brincadeira virou isso porque saiu do controle dela, e outras pessoas que não sabiam que era uma piada altamente irônica levaram a sério. O que aconteceu foi uma falta de informação das pessoas que usaram a hashtag para divulgar o seu ódio, e não podemos simplesmente colocar essa culpa na conta da Cley e pronto, dizer que fizemos a nossa parte. Aliás, eu acho muito bom que isso tenha acontecido, para que as pessoas que dizem que a homofobia é coisa das nossas cabeças vejam por si mesmas como o ódio ao homossexual ainda é presente neste país machista e atrasado, e como precisamos de uma legislação decente para nossa proteção. Temos que combater sim a homofobia propriamente dita, partida dos perfis que usaram a hashtag para fins de disseminação do ódio, e não dos que estavam brincando com ela. Até porque, não teria cabimento o personagem da Cley dizer que não gosta de negros, porque ela é uma sátira só dos evangélicos, e não dos preconceituosos como um todo.

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    1. Foi exatamente o que pensei. Não sigo a Cleycianne há algum tempo, pq acho que já deu o que tinha que dar. O engraçado são as pessoas não repararem o papel ridículo que fazem em não perceber que este personagem é um fake. A verdade é que este tipo de situação deveria fazer as pessoas refletirem acerca da burrice que anda acompanhando estas doutrinas religiosas e mostrar o quão perigoso é deixar que se misture política e religião, afinal, com estas opiniões inflamadas, quem nos garante que não vão tentar criminalizar o homoafetivo, ao invés da homofobia?

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    2. Mas o dono da Cley sabe q tem uma responsabilidade e q isso pode acontecer ao passo que ele tem 112 mil followers. Sabe e nao dá a mínima

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  4. Aí a pessoa não entende a diferença de uma brincadeira e de algo sério. Sou gay. Tenho amigas gays também e as chamo de sapatão, digo que não gosto dessas coisas, que não é pra elas encostarem em mim, que sou crente, não sei que mais. Então, quer dizer, que eu sou gay mas sou homofóbica com as minhas amigas? Um gay sabe quando é brincadeira e quando não é. Pra mim tá mais que claro que o perfil da Claycianne é de um humor muito bem feito, inclusive, até por que ela não fala só dos gays, fala de tudo, de forma bem debochada, satirizando como os crentes agem. É só ser um pouquinho espero que se percebe isso.

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  5. O texto diz exatamente isso: a Cley não foi homofóbica, mas sua brincadeira se tornou. E o exemplo das "píadas" de negros é apenas um exemplo.

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  6. Family Guy já fez essa piada com negros.... e não estou vendo o Seth Macfarlane na cadeia. Você esta?

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  7. Eu, enquanto militante contra as opressões, entendo o perfil da Cleycianne como uma forma de criticar diversas manifestações preconceituosas criadas pelos evangélico, principalmente a homofobia, mostrando como os argumentos são ridículos e infundados. Acho que é uma maneira nova de combater as opressões: por meio da ridicularização do opressor. Porém, concordo que às vezes isso sai do controle. Eu, se fosse o autor de Cleycianne, não teria criado essa hashtag. No entanto, é um bom material pra provar que, de fato, a homofobia existe e é gritante. Não acho que devemos nos colocar contra a Cleycianne, mas, sim, aprender a ter a personagem como aliada na luta contra a opressão - o que eu acho que ela já é. Entendo que ela não fala sobre negros porque a opressão evangélica é sexual e de gênero, e não étnica. A piada (que era provocativa, mas não aos oprimidos, e sim aos opressores) saiu, sim, do controle. Mas acho importante usar o episódio a nosso favor!

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    1. "A piada (que era provocativa, mas não aos oprimidos, e sim aos opressores) saiu, sim, do controle". Concordo com todo seu texto.

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    2. Posso ficar de pé e aplaudir?? rsss
      Disse tudoooooo, Flávia!!

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  8. Family Guy é um seriado e não um perfil no twitter de uma pessoa qualquer. Você entende a diferença entre uma piada de um seriado de humor e entre uma piada de um usuário do twitter? O alcance das duas é diferente.

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  9. Então eu não sou homofobica, a piada que eu faço com as minhas amigas que é. AI, ME POUPE.

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    1. Fazer piada com amigos é bem diferente de fazer uma piada no twitter quando você tem muitos seguidores. Quando fazemos piadas com amigos, nós sabemos que nossos amigos nos levarão na brincadeira, da mesma forma que nós os levaremos na brincadeira. Quando uma pessoa que não conhecemos faz uma piada conosco, e isso nos desagrada, é onde está a homofobia. Um homofóbico te chamar de sapatão tem um tom muito diferente do que uma amiga sua, não concorda?
      Mas enfim, cada um pensa de um jeito: se pra você todo tipo de piada tem o mesmo sentido pra todo mundo, tudo bem, eu respeito. Então respeite a minha opinião, né? :)

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  10. Cleycianne é um personagem, e não uma pessoa.
    Twitter é um meio de comunicação tal qual a televisão onde passa os seriados.

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    1. Ok, eu sei que ela é um personagem e eu sei que o twitter é um meio de comunicação, MAS não como um seriado de televisão, não é? Vejo algumas diferenças.

      O que o meu texto diz é que ÁS VEZES uma brincadeira se torna uma OFENSA. Apenas isso. Fui isso que eu percebi. Em nenhum momento no texto eu digo que a Cley é homofóbica, apenas digo que sua brincadeira, por causa do "sucesso" da hashtag, se tornou homofóbica. Apenas isso.

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    2. É igualzinho. Preconceito seu limitar a produção artística a TV só porque ela tem status.

      Toda pida, que não seja por trocadilho, é ofensa.

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    3. Onde eu disse que eu limito a "produção artística a tv por que ela tem status"? Eu nem disse nada de produção artística.

      Tenho certeza que essa piada feita pelo Family Guy, que eu não vi, pois não assisto o seriado, deve ter tido alguma crítica, certeza. Principalmente na televisão, onde a atenção é maior que no twitter.

      Concordo contigo, toda piada é ofensa. Mas existe uma diferença, eu penso, de fazer piadas com amigos, por exemplo, pois você sabe que são piadas, brincadeiras. Agora, quando uma pessoa que você mal conhece faz uma piada com você, no meu caso, é de ficar puto. Essa é uma das diferenças de piadas.

      Uma piada feita num seriado de televisão, no caso norte-americano, tem um determinado público, diferente do twitter, não concorda? Acredito que o "público" do twitter da Cleycianne se limita aos usuários que acredito não serem superiores ao "público" de Family Guy.

      A piada vinculada no Family Guy, assim como no twitter da Cleycianne é humor. Se você leu meu texto, você deve ter percebido que o que eu disse com o texto, é que a Cleycianne fez uma piada, uma brincadeira com os gays (coisa que sempre faz), essa piada se tornou um "meme" e fez "sucesso" no twitter, fazendo com que outras pessoas a usassem. E isso fez com que a piada da Cleycianne se tornasse homofóbica, pois ela fugiu do controle.

      Entendeu o que eu quis dizer? Quando essa piada fugiu do controle da Cleycianne, que é um personagem do twitter, ela deixou de ser brincadeira da Cley e se tornou homofobia no twitter.

      Eu disse apenas isso. Apenas isso. Se você não concorda, tudo bem, eu respeito tua opinião, mas pfvr, não escreva coisas ai dizendo que eu falei, sem ao menos ter lido meu texto. Abraços!

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  11. É sério que é tão difícil de entender q o twitter da Cley é um personagem evangélico? eu acho bem claro que é uma crítica do preconceito evangélico para com os homossexuais. E outra, é sério que vocês acham que o twitter pode acabar com a ignorância de um povo? será se pode piorar? limitância é outra coisa. ataquem as pessoas certas. P.S. Apenas minha humilde opinião!

    Ahhhh, O show de Stand Up do humorista Marcelo Marron, é inteligentíssimo.

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    1. Ok, se você tivesse lido meu texto, você teria percebido que eu em nenhum momento acuso a Cleycianne de homofobia, tanto que eu a sigo. O que eu digo no texto é que a sua brincadeira, através do "sucesso" da hashtag, se tornou homofóbica. E depois eu falo sobre o que o @gaybrasil disse, que se fosse uma brincadeira sobre negros, seria vista como preconceito e não apenas uma brincadeira. É apenas isso que eu digo. Eu não ataquei ninguém e nem disse que o twitter pode acabar com a ignorância de um povo.

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    2. Desculpa se me expressei errado. Não quis me dirigir diretamente a você. Quis deixar a questão no ar, pra quem não entende. ;) Por um momento esqueci q é um blog pessoal. Sorry!

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  12. Fico a me perguntar: o que faz um negro se indignar frente a uma hashtag #mundosemnegros, um nordestino se ofender com #mundosemnordestinos e, por outro lado, faz gays defenderem quem criou #mundosemhomossexuais?
    Acho que, no fundo, ainda temos vergonha de sermos homossexuais. Não acho outra explicação! Temos de mudar isso urgentemente!

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  13. Parabéns pela imparcialidade .
    Respondendo a pergunta "o que o @gaybrasil falou não faz sentido?": não, não faz. Muito menos sentido faz a analogia burra com os negros que eles fizeram e que você repetiu aqui. A Cleycianne é uma personagem criada por um gay. Um mínimo de senso de ironia é suficiente para entender que se trata de piada. O problema é superestimar o brasileiro e deduzir que ele tenha esse mínimo de senso de ironia. A maioria esmagadora das pessoas que leem o que é escrito pela Cleycianne, que frequentam seu blog, que a seguem no twitter, são gays. Quando muito, o que ela faz é colocar a questão em pauta para discussão, o que é sempre válido. O @gaybrasil e alguns outros gays do ativismo da pedra lascada pensam que a luta gay é feita só por deputados Jeans Wyllys. Não é. O que a Cleycianne faz é absurdamente semelhante ao que o Randy Rainbow faz, no mesmo veículo, por sinal, com duas diferenças: a Cleycianne é um pseudônimo (embora a identidade do dono não seja segredo e seja anunciada constantemente), e seu desafeto principal é religioso, ao passo que o do Randy é político. Randy é adorado e respeitado pela comunidade gay; a Cleycianne é critiacada. Isso me comprova a suspeita de que não são só os direitos homossexuais que, no Brasil, estão galáxias atrás de outros países, a militância também está. A forma de batalhar é tão ultrapassada quanto o preconceito. Fico muito incomodado quando vejo gay sendo associado só a putaria e promiscuidade, mas igualmente enojado quando vejo a patrulha gay achando que a vida inteira é uma música do Los Hermanos. Humor existe, sim, senhor. E o humor auto-depreciativo é um dos mais populares e eficientes hoje. Superem. O @gaybrasil tuitou há pouco "quando até gays não têm orgulho próprio é que vemos o quanto a militância é necessária!". Pois eu acho que quando os gays se voltam uns contra aos outros a troco de nada e tentam boicotar um veículo que, meio que sem querer, se tornou um dos maiores canais anti-homofobia do país (sim, estou falando da Cleyciane, que, colocando-se como uma pessoa idiota, vulgar e preconceituosa, ridiculariza a parcela da população que mais faz das tripas coração para exterminar gays) é que vemos quanto o brasileiro precisa deixar de ser jumento, e digo isso sob o risco de ser atacado pelo PETA.

    Explicando novamente porque a comparação com os negros é ridiculamente inadequada, é simples: um branco falando sobre negro é racismo. Negro é uma minoria; branco, não. Quem posta pela Cleycianne faz parte de outra minoria, e não é de seu interesse que gays continuem apanhando e morrendo na rua, pelo contrário. Comparar as duas coisas é um pensamento tão preguiçoso e burro quanto querer justificar a criação do dia nacional do heterossexual dizendo que "se gay tem um dia próprio, hétero também pode ter". Não, não pode. Como o branco não pode, nem o homem, nem o rico, nem as pessoas que não precisam de cadeiras de rodas. Ellen Degeneres vive fazendo piada com sua homossexualidade. A série Will and Grace fez por 8 anos. Acordem!

    E concordo: existe gay homofóbico, negro racista e mulher machista. Aos montes. Mas existe gente burra também, que é só o que vi na internet hoje.

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    1. O que eu disse com o meu texto é: a Cleycianne (que é um personagem do twitter, criado por um gay) fez mais uma de suas piadas, de suas brincadeiras. Ok. Essa brincadeira tomou proporções grandes, saindo do controle da Cleycianne e de seus usuários; e começou a ser usada por homofóbicos. A partir do momento que aquela brincadeira criada pela Cleycianne começou a ser usada por homofóbicos, ela se tornou uma brincadeira homofóbica. Foi isso que eu disse. Eu não disse que a Cleycianne é um twitter homofóbico, disse que sua brincadeira se TORNOU homofóbica.

      Sobre a comparação com piadas racistas direcionadas aos negros feita pelo @gaybrasil eu acredito ser válida. Quem faz piada com negros é quase sempre, na sua maioria das vezes, acusado de racismo; quem faz piada com gays não é acusado de homofobia, ou melhor, pode até ser, mas por poucas pessoas. Caso a lei contra a homofobia existisse as pessoas poderiam denunciar piadas contraa homofobia com mais respaldo, pois existiria uma lei, assim como a lei contra o racismo. Se você não concorda, tudo bem, eu respeito sua opinião.

      E obrigado por ter lido meu texto e comentado no meu blog. :)

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    2. Em que país vc. vive? Onde negro é minoria? Negro no Brasil é uma maioria desprivilegiada. Já viu as estatísticas do IBGE e analisou a porcentagem que os negros representam na população brasileira?

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  14. Olá amigo!

    Bom, acredito que a comparação com os negros é imprópria pelo seguinte motivo; se trata de raça, não de comportamento. O comportamento pode ser discordado, criticado, etc, assim como uma ideia, crença ou time de futebol, mas não a cor da pele. Evidentemente, quando escrevo "crítica", não estou me referindo a ofensa, mas sim a opiniões diferentes! Aliás, esse é o grande impasse na discusão entre homossexuais e outros setores da sociedade, principalmente os cristãos, dos quais me inclúo.

    A problemática aqui está justamente nesse fato, dos homossexuais encararem sua condição como uma "raça/orientação" e não como uma condição comportamental (condição não é necessariamente uma opção, mas também uma aquisição involuntária no desenvolvimento da personalidade!), levando-os a se sentirem ofendidos, pois se é uma "orientação", logo, não há lógica em criticar algo que é naturalmente imutável. Percebi então a piada dela em relação a um comportamento, e não a uma condição de raça!

    Perceba que ela vez a mesma piada com os "crentes", porém, não tiveram a mesma reação, uma vez que ser "crente" é uma opção, e não uma condição imutável.

    Não estou defendendo a Glacyanne, apenas dizendo que entendo o motivo pelo qual essa piada alimentou essa confusão, mas também concordo no ponto em que tal piada acaba por alimentar a ignorância de pessoas que são, de fato, os --- verdadeiros --- homofóbicos.

    No mais, abraço e paz!

    http://vitrine2009.blogspot.com

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    1. Olá

      Eu parei de ler seu comentário quando você escreveu: "acredito que a comparação com os negros é imprópria pelo seguinte motivo; se trata de raça, não de comportamento".

      Eu ser gay não é apenas um comportamento, é um orientação de vida, que da mesma forma que os negros que sofrem racismo, eu sofro homofobia, não se pode diminuir uma dor pra aumentar a outra.

      Abraços

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    2. Oi Lucas!

      Engraçado, eu sabia que alguém ia escrever isso, como sempre...

      Lamento você não ter lido exatamente o que queria, mas opiniões diferentes existem, assim como existem héteros e homossexuais, concorda? Você até então acredita que já nasceu assim, tudo bem, é a sua "visão"!

      A minha é diferente, não apenas por fatos que contrariam essa opinião, como por experiência de pessoas que eu lido ou já lidei diariamente. Uma coisa temos que ter em mente, isso não muda nada o direito de você ser quem ou como você quiser, e todos tem que respeitar isso, uma vez que essa decisão diz respeito a sua vida, assim como a de pensar diferente diz respeito a outras pessoas, certo?

      Mas raça é completamente diferente de homossexualidade amigo, isso é óbvio e básico!!! Vou lhe dar apenas um pequeno exemplo:

      Raça transmite hereditariedade, já viu um 100% japonês nascer com olhos brasileiros? Ou um casal 100% negro ter filhos loiros? As variações existentes são exceções a regra, algumas por esse motivo classificadas por mutações. Isso é raça = padrão genético!

      Se homossexualidade é raça, logo, todos os pais e mães homossexuais deverão obrigatoriamente ter filhos homossexuais. Seus pais são homossexuais? Homossexualidade é comportamento moldado por uma personalidade adquirida, tipo a OI, simples assim!

      Não vou prolongar o assunto para não tirar o foto do seu texto, em outra oportunidade poderemos trocar informações, blz?

      Abraço e paz.
      http://vitrine2009.blogspot.com

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    3. Olá

      Novamente eu parei de ler seu comentário quando você disse: "Você até então acredita que já nasceu assim". De onde você tirou que eu acredito nisso? Eu não acredito que as pessoas nasçam com uma sexualidade definida e muito menos acredito que a sexualidade seja definida.

      Acredito que as pessoas nascem sem sexualidade, pois como diz Foucault, "a sexualidade, diferente do sexo, é um dispositivo social e não um aparato biológico".

      Cara, na verdade eu li um pouco mais seu comentário e não sei por que você escreveu ele se não tem nada a ver com o meu texto e muito menos com minha última resposta a você. Abraços

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    4. Lucas,

      penso que você não entendeu ou está confundindo meu comentário. Vou lhe recordar e tentar "retornar" a temática do seu texto.

      O que fiz foi responder o que você mesmo comentou. No primeiro comentário falei claramente sobre seu texto, dando minha opinião em relação a comparação feita com Raças, associando, portanto, a Homofobia ao Racismo, questionei isso.

      Você então responde "...ser gay não é apenas um comportamento, é uma orientação de vida"

      Bom, caso não tenha ainda percebido, o termo "orientação sexual" não é o mesmo que "opção sexual", isso é o próprio ativismo Gay quem define. Esse termo é utilizado para dizer que o homossexual já nasce assim ou, no mínimo, com uma tendência. Veja mais detalhes aqui:

      http://pt.wikipedia.org/wiki/Orienta%C3%A7%C3%A3o_sexual

      Eu interpretei que vc estivesse falando o mesmo, mas agora vejo que tens um entendimento diferente, que, por "ironia" corrobora profundamente com meus argumentos em favor do que acredito.

      O que isso tem haver com seu texto? Tudo haver! Pois se vc mesmo acredita que a sexualidade é um dispositivo social (o que implica em desenvolvimento e aquisição), podemos dizer o mesmo quanto a RAÇA, amigo? Claro que não, então porque comparou RAÇA com aquisição social, quando disse:

      "...da mesma forma que os negros que sofrem racismo, eu sofro homofobia"

      Aqui entra o seu texto e meu primeiro comentário, pois Glacyanne foi "bombardeada" por uma piada referida a uma forma de comportamento, o mesmo em relação aos "crentes", grosseiros, tímidos, extravagantes, passivos, hipócritas, todos sujeitos á crítica, no entanto, sua piada foi comparada a um crime de racismo! Esse foi o problema, alí não houve um caso real de homofobia.

      Abraço.

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  15. O twitter é público, fato. O fato de alguém criar uma hashtag não a torna responsável por todas as pessoas que a usam. Acho que isso apenas serve para mostrar que a nossa sociedade é homofóbica, limitada e triste. Pois milhares de usuários brasileiros aproveitaram o momento para demonstrar o quanto são preconceituosos. Acho que quem tem uma visão crítica sobre as coisas tem que ter o discernimento para avaliar o que realmente importa, pra dedicar seu tempo as causas que significam e procurar enquadrar quem realmente é homofóbico. O perfil da Cleycianne cria diariamente as mais ridículas e toscas hash, gente. A maior parte do humor surge da ridicularização, do inusitado. Isso é viver em sociedade. Se a gente for se ofender com tudo e com todos vai ficar cada vez mais difícil e chato.

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  16. http://gritodabicha.blogspot.com.br/2012/01/minha-infancia-quase-gay.html

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  17. Está acontecendo tanta coisa podre no nosso país nesse momento, por que não nos preocupar e fazer que vire um TT por exemplo coisas como #UmMundoSemPolíticosCorruptos

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  18. O seu texto você mesmo resumiu a uma frase: "não é a cleycianne a homofóbica, é a brincadeira que fugiu do controle e se tornou homofóbica". Pois bem, no seu texto não tem N-E-N-H-U-M exemplo de alguém praticando homofobia, só gente "brincando" junto com a Cleycianne, da mesma maneia que ela "brinca" em seu twitter/blog há anos.

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    1. Olá

      No meu texto não tem nenhum exemplo de pessoas praticando homofobia por que eu não divulgo isso, mas se quiser, é só procurar no twitter pela hashtag #UmMundoSemHomossexuais que talvez você ache alguns exemplos.

      E no meu texto não tem nenhum exemplo de pessoas brincando junto com a Cleycianne, tem apenas os tweets dela e do @gaybrasil.

      Leia meu texto novamente e veja.

      Abraços.

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  19. Parte 1. Eu acho que tem muita coisa fora do contexto histórico-social, o que acaba tornando o debate da questão muito raso.

    Quem acompanhou o quadro do CQC sobre cura para a homossexualidade deve ter visto a Marisa Lobo, que se auto-denomina psicóloga-cristã, insinuar que um mundo sem pecadores, sem homossexuais, sem ladrões, etc.. seria um mundo ideal.

    A personagem da Cleycianne vem pra mostrar que, por mais absurdo que possa parecer, pessoas que expressam seus preconceitos contra LGBTs sem nenhum pudor e os escondem atrás da sua religião não só existem como têm espaço na mídia e principalmente na política.

    Tais pessoas têm dado uma contribuição enorme para que as políticas LGBTs no país não avancem, juntando-se ao fato, claro, da desorganização política de LGBTs e da omissão daqueles que têm o poder de mudar algo mas se omitem por medo perante tais injustiças.

    Ao meu ver, uma parte das críticas direcionadas contra a hashtag parte de quem não consegue compreender o fato de que usar a tática do opressor contra ele mesmo, para ridicularizá-lo, às vezes é muito mais eficiente que levar o opressor a sério na hora de combatê-lo.

    Numa situação hipotética, dificilmente o autor do perfil da Cleycianne iria preso se homofobia fosse crime porque, acredito eu, porque o juiz teria analisar todo um contexto e não algo isoladamente, como, ao meu ver, alguns estão fazendo com a hashtag no twitter. (Continua...)

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    1. Parte 2.

      Sobre a parte do contexto-histórico, ao contrário dos homofóbicos e da homofobia, atualmente nós não precisamos mais expor e ridicularizar os racistas e o racismo tão explicitamente porque o debate sobre o racismo no país, apesar de ainda muito constante e necessário - como no caso recente do julgamento pelo STF das cotas raciais - está a anos luz na frente do debate da homofobia.

      Comparando a abolição da escravatura com o casamento igualitário - algo significante libertados para os direitos civis das suas respectivas minorias, o debate sobre a homofobia no Brasil está, no mínimo, atraso em uns dois séculos se comparado ao racismo.

      Eu gostaria muito que a sociedade em geral tivesse o pensamento e visão que têm alguns LGBTs, ativistas ou não, sobre a homofobia e os direitos homossexuais, mas infelizmente a sociedade não tem.

      Se mesmo com a abolição da escravatura que ocorreu há mais de dois séculos ainda há pessoas com comportamentos racistas, orgulho branco e coisas afins, o que dizer então da atual homofobia sendo que os LGBTs nem foram "libertos" ainda pelo casamento igualitário.

      Transportando nossa sociedade para o século XVIII, será que não haveria pessoas que, para lutarem pelo fim da escravidão, usariam da ridicularização de racistas e senhores de escravos, fazendo a ideia do opressor se voltar contra ele, em vez de combatê-los de frente e seriamente?

      E, particularmente, pra mim parece muita ingenuidade, pra não dizer ignorância e falta de perspicácia, não parar 30 segundos para olhar as tags da maioria e notar que o "Um Mundo Sem Homossexuais" relatava como o mundo seria mais chato, menos criativo, menos produtivo, menos alegre...

      Se o próprio autor reconhece que nem o perfil, nem a hashtag são homóbicas, boa parte da questão se encerra aí.

      Como alguns já disseram em comentários anteriores, a gente só pode se responsabilizar por aquilo que a gente diz, não pelo o que os outros interpretam.

      Se homofóbicos pegaram carona numa tag que os ridicularizava para destilar o preconceito, quem devia ser denunciado eram estes perfis, um por um, e não a Cleyciane.

      Além do quê, "Um Mundo Sem Homossexuais", fora do contexto, têm sua interpretação positiva e negativa, isso vai da cabeça e do quanto de preconceito homofóbico enraizado na nossa cultura ainda existe na cabeça de cada um.

      Pra encerrar, deixo esse texto:


      ______________________________
      COMO SERIA O MUNDO SEM A RAÇA NEGRA?
      Philip Emeagwali


      O garoto, um dia, acordou e perguntou à mãe:

      "Mãe, o que aconteceria se não existissem pessoas negras no mundo?"

      http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1250374
      ______

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    2. E muito me admirava essa denúncia ao perfil da Cleycianne partir logo do @GayBrasil, que tempos atrás disse, no próprio twitter, que o Brasil não é homofóbico, que não se mata tantos LGBTs quanto as estatísticas apontam e que muitos LGBTs se fazem de vítimas.

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    3. Olá, obrigado por ler meu texto e contribuir com críticas.

      Confesso que não sabia sobre esse quadro do CQC, pois não assisto e esse programa. Mas eu gostaria que você percebesse que a minha crítica não foi direcionada a Cleycianne, e sim ao modo que uma brincadeira que surgiu do twitter dela, se tornou homofobia. Eu sigo o twitter dela e sei que ela faz uma sátira sobre alguns evangélicos e por isso mesmo seria estranho eu denunciá-la de homofóbica.

      O uso da comparação que o @gaybrasil fez sobre o racismo e a homofobia é mais para mostrar como os discursos mudam quando o foco de ódio muda.

      Abraços.

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  20. Interessante e mobilizante o @gaybrasil denunciar a Cleycianne, que conseguiu o que O @gaybrasil nunca conseguiu e nem tem capacidade intelectual para conseguir, MOBILIZAÇÃO. O @gaybrasil é medroso e tem medo da mobilização contra os gays, assim, prefere não falar nada, ser politicamente correto e dentro do armário o maior tempo possível. Já a Cleycianne partiu para o tudo ou nada. Acendeu a chama da discussão e o debate tá pegando fogo, levou o @gaybrasil e muita gente a questionar várias coisas. Parabéns Cleycianne, é disso que eu gosto. Medrosos, fiquem no armário. O que o @gaybrasil deveria ter feito era levantar a hashtag #brasilsempreconceitos e ver a disputa rolar, ao invés de denunciar a Cleycianne, mas infelizmente, falta inteligência para isso.

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  21. Will Filho,
    como a sexualidade, segundo as tuas palavras, é uma prática advinda do condicionamento comportamental, sugiro que tu tentes virar homossexual!
    Se o indivíduo desenvolve a sua sexualidade conforme experiências comportamentais, trata-se SIM de uma opção (que pode ser moldada por meio de fatores psicossociais), opinião que não converge com a minha realidade.
    Eu não tenho informações que comprovem o que tento dizer, mas basta averiguar a realidade através de exemplos: na minha família a incidência de homossexuais é muito grande. Creio que se trata de uma predisposição genética que pode ser "suprimida" ou enraizada conforme o tratamento que é dado por parte da cultura predominante na família e no meio com o qual o indivíduo interage.
    Ela é suprimida quando constatamos a existência de homens casados que procuram homossexuais às escuras (NORMALMENTE, filhos de militares e evangélicos), e enraizada quando o homossexual se liberta das amarras culturais para que predomine a sua individualidade.
    Reduzir a homossexualidade a um comportamento, é uma ideia tão depravada (como a maioria dos cristãos praticantes e adjacentes) pois considera somente o ato sexual e não o envolvimento emocional - o amor.
    E CASO seja uma questão comportamental, é sabido que o comportamento também se desenvolve a partir de condições genéticas.
    Não se trata de opinião quanto a origem da homossexualidade e sim de experiência! Tenta virar gay, aí poderemos dizer "Você até então acredita que já nasceu assim, tudo bem, é a sua "visão"!"...

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  22. É muito difícil fazer esse tipo de humor que o Thiago utiliza na personagem Cleycianne. Tudo o que ele faz é combater o preconceito contra os gays, mostrando como o preconceito que tem por base no fanatismo religioso é ridículo e irracional.
    #ummundosemhomossexualburro
    Bicha burra nasce homem.

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  23. http://www.youtube.com/watch?v=qYZc5a7mPfQ&feature=related
    isso deveria ser alvo de críticas! não o blog da Cleycianne

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