Minha mãe sempre foi muito cuidadosa, ao extremo mesmo, daquele tipo de mãe que não deixa os filhos brincarem na rua, com medo de que eles sejam sequestrados. E eu passei minha infância brincando dentro da minha casa, do meu quintal e da casa de parentes e amigos. A pergunta que muitas pessoas poderiam fazer é: "Será que o super cuidado da sua mãe fez com que você se tornasse gay?", e a resposta é: não sei. Tenho certeza que muitos gays não tiveram a mesma infância que eu. Eu já conheci gays que jogavam futebol na infância, que tiveram uma infância de "menino de rua", e conheço gays que jogam futebol até hoje apenas para esconder a homossexualidade também. As pessoas precisam entender que o fato de um menino ter muitos cuidados ao redor dele, de ser muito mimado, não faz com que ele seja gay, faz com que ele seja chato. E foi isso que eu fui na infância (talvez seja até hoje): uma criança chata e mimada.
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Um dia no mercado estava tocando "Baba Baby" da Kelly Key e eu comecei a cantar, daquele jeito que só uma criança bichinha sabe cantar. As pessoas na fila ficaram olhando, algumas gostaram, acharam bonitinho, mas teve um casal, que deu risada e ficaram fazendo piadinhas. Ali, que eu me lembre, foi a primeira atitude repressiva da minha mãe: ela me deu um beliscão no braço e me disse "se comporte como um menino, Lucas". Quando ela dizia meu nome eu já sabia que ela estava brava comigo, mas a frase dela... me marcou. Na hora não dei importância, apenas parei de cantar, fiquei quieto e com vergonha por ter levado um beliscão no braço. Se eu tenho raiva da minha mãe por isso? Claro que não, nenhuma. Se aquele momento me marcou pra sempre? Claro que sim, certeza! Eu penso que a primeira atitude repressiva nós nunca esquecemos.
Depois desse dia tiveram vários outros onde as frases "seja um menino", "aja como um menino", "se comporte como um menino" se tornaram parte do roteiro do meu dia-a-dia com minha mãe. Meu pai nunca falou nada parecido, ele sempre teve atitudes diferentes da minha mãe, penso que ele sempre me viu como um menino frágil e sensível. E agora, pensando bem, acho que foi por essa época, lá com meus oito anos de idade, que minha mãe percebeu que tinha um filho gay. Claro que ela não queria ver isso, não queria aceitar, mas ela sabia, se não soubesse não usaria essas frases pra me "corrigir".
Depois desse dia tiveram vários outros onde as frases "seja um menino", "aja como um menino", "se comporte como um menino" se tornaram parte do roteiro do meu dia-a-dia com minha mãe. Meu pai nunca falou nada parecido, ele sempre teve atitudes diferentes da minha mãe, penso que ele sempre me viu como um menino frágil e sensível. E agora, pensando bem, acho que foi por essa época, lá com meus oito anos de idade, que minha mãe percebeu que tinha um filho gay. Claro que ela não queria ver isso, não queria aceitar, mas ela sabia, se não soubesse não usaria essas frases pra me "corrigir".


Minha infância foi a infância de um menino gay. Eu ouvia Rouge, Sandy & Junior, Kelly Key, Xuxa, brincava de casinha com minhas primas, de barbie etc. etc. E minha mãe sempre viu essas coisas. Se doía dentro dela ver que o filho amado dela era afeminado, eu não sei, mas que nunca faltou amor, isso eu tenho certeza. Até hoje em dia a relação que eu tenho com minha mãe é complicada. Nós brigamos, nos xingamos com muita freqüência, mas também nos amamos e dizemos isso um ao outro com tal freqüência também. A infância foi a pior fase da minha vida, não gosto dela. Não gosto de encontrar pessoas que fizeram parte dela, não gosto de lembrar desses momentos... Se a minha adolescência foi rebelde, a culpada disso tudo foi minha infância. Mas não posso reclamar de tudo também, afinal, eu tinha tudo dos meus pais. Muito mais do que hoje.
apenas ♥ vc é divo, amigue!!!
ResponderExcluirSua linda, você que é! *-*
ResponderExcluirLegal.
ResponderExcluirNao sei qual a necessidade do preconceito, mas não ligue pra esses ai que te chamam e chamavam de 'bicha'
ResponderExcluirSeja o que vc quiser, o importante é vc estar feliz com vc mesmo
ResponderExcluirOlha temos que ser feliz com nos mesmo sou bissexual tô feliz da vida sempre honesto e sincero
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